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O Grande Teatro do Mundo

By on abr 20, 2023 in Igreja | 0 comments

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Pine e Gilmore apelam ao teatro como modelo de entendimento da proposta econômica. Na economia da experiência, as empresas devem se dar conta de que precisam oferecer mais do que bens e serviços para ser competitivas: “Todo trabalho observado diretamente pelo cliente tem de ser reconhecido.como um ato teatral” A oferta é a encenação em si, na medida em que gera uma experiência memorável. E isso está a um só passo da ideia de uma experiência memorável que deixa uma marca permanente: “As experiências que temos afetam quem somos, o que podemos realizar e para onde vamos, por isso pediremos cada vez mais às empresas que encenem experiências que nos modifiquem”.

O que está em oferta por toda parte no palco do século 21 são promessas de experiências transformadoras de vida.” De fato, as transformações pessoais constituem uma oferta econômica distinta, uma experiência que não é apenas memorável, mas também eficaz. A transformação muda o ser do comprador. Segue-se que o cliente é o produto. A mais importante oferta econômica é sua oportunidade de se tornar o novo você.

Encenando o Drama da Doutrina, pg. 84.

Essa visão é bastante útil quando se considera o que se fazer em relação ao mercado. Embora seja verdadeira para nós, cristãos, que temos o melhor conteúdo do mundo a ser apresentado – ou seja, as Boas Novas do Evangelho – as ferramentas para a entrega da experiência são muito distantes.

A “oferta de serviços” não é o culto, não é as atividades da igreja, não é um bom sermão de domingo. Jesus disse que o nosso diferencial, o que nos faz efetivamente diferentes e que é a marca do cristão é o amor. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” João 13:35

Não é o culto, não são os costumes, não é o palavreado, não é o que fazemos ou deixamos de fazer. É o amor. Essa é a grande experiência que devemos apresentar ao mundo.

Essa visão aparentemente tem sido perdida pelas igrejas, especialmente as maiores. Busca-se a construção de uma “experiência espiritual” no culto, usando recursos de música, iluminação, conforto e motivação. Uma estimulação sensorial que busca gerar uma resposta emocional que pode ser confundida com o toque do Espírito. No fundo há uma disputa sobre qual igreja vai gerar a melhor experiência com Deus: concorrência!

Seguindo nessa linha, é natural ficar com pena daquele irmão simples que participa de uma pequena igreja no interior do Brasil, onde não há iluminação, som, telão. Será que a experiência dele com Deus é mais rasa? Não me parece ser esse o caminho.

O Pr. Paulo Borges Jr. propõe a comparação entre o ventilador e o gerador eólico (equipamento que gera eletricidade a partir do vento): operando-se o ventilador pode-se obter o vento na direção e intensidade que se deseja, no momento em que for necessário. Já o gerador depende do vento, que pode soprar a qualquer momento. Ele se movimenta, gira em torno da sua base, para sempre estar na direção em que o vento está soprando.

A igreja de hoje é como ventiladores, gastando energia para tentar produzir o vento do Espírito no momento, direção e intensidade desejados. Mas deveria ser como o gerador, que recebe energia ao estar sempre buscando qual a direção do vento do Espírito. Quem comanda o processo é Deus, e não o homem.

Finalmente, curioso observar o derramamento que ocorreu em Asbury, semanas atrás: um local de reuniões simples, sem recursos de iluminação, sem projeção de letras as músicas, sem telão. Amplificação apenas com um ou dois microfones, um violão, um piano acústico e um cajon.

Deus escolheu se manifestar naquele lugar. Me parece que Deus está querendo nos mostrar algo.

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