O que é 5G DSS, 5G NSA e 5G SA?
As especificações geradas pelo 3GPP definem várias formas de se fazer a transição das redes atuais para as novas redes. Essa transição é importante para que as operadoras possam diluir os investimentos ao longo do tempo, já oferecendo aos seus clientes os recursos disponíveis na nova tecnologia.
O quadro abaixo indica as etapas de padronização, e os recursos que são disponibilizados em cada fase. Observe-se que as primeiras especificações foram publicadas no ano de 2018, e já permitiram a ativação das primeiras redes. Porém o processo de padronização é um esforço que deve durar até meados de 2023.
Figura 5 – Cronograma de especificações 5G, em definição no 3GPP. Fonte: Nokia
Uma rede 5G totalmente implementada vai utilizar novos equipamentos na parte de rádio (RAN – Radio Access Network), e também parte de controle (CN – Core Network). Estas siglas se referem a evoluções em cada uma destas partes:
5G NSA, e 5G SA estão associadas a variações na implementação dos elementos de controle da rede, chamada de core network, ou “núcleo da rede”. A implementação 5G DSS – é uma variação do 5G associada à etapa de rádio.
5G NSA – Non Stand Alone
A primeira forma de implementação é a chamada 5G NSA (non-stand alone). Essa é a implementação de praticamente todas as operadoras que têm rede 5G funcionando atualmente. Nesta fase a parte de rádio das redes é renovada para 5G, mas sem grandes alterações na parte de controle (chamada de core network, “núcleo da rede”). Esta fase permite que se obtenham o primeiro dos ganhos da rede 5G, que é justamente taxas de dados (“velocidade”) mais altas.
5G SA – Stand Alone
Nesta fase toda a rede será renovada, agora incluindo também o núcleo da rede. Aqui será possível se obter todos os ganhos da rede 5G, agora também associada a baixas latências e modos de baixo consumo de bateria. Estes ganhos não são possíveis de serem obtidos com o núcleo de controle atual. As especificações 5G SA foram finalizadas recentemente, de forma que há poucas redes comerciais no mundo que as utilizam.
5G DSS – Dynamic Spectrum Sharing
Esta fase está associada à parte do rádio da rede. O DSS é útil para operadoras que ainda não tem um espectro específico para o 5G. Com o DSS essas operadoras podem optar por compartilhar parte do seu espectro entre as redes 4G e 5G. Isso significa que essa parte do espectro vai misturar 4G e 5G na mesma faixa de frequências, de acordo com a capacidade do terminal. Um terminal que tenha a capacidade 5G vai usar aquela frequência onde está o 4G em modo 5G.
5G NSA e 5G DSS podem ser consideradas redes 5G “de verdade”?
Apesar da discussão sobre estas tecnologias não serem efetivamente 5G, ou um 5G “meia boca”, eles são, sim formas de implementação de uma rede 5G. Pode-se dizer, corretamente, que elas não estão explorando ainda todas as funcionalidades das redes 5G. Mas não há como dizer que não se referem a redes 5G.
Mundialmente, as operadoras que implementaram redes 5G até hoje (novembro de 2020) estão utilizando 5G NSA no core network.
Em outros países os governos locais já fizeram o leilão de novas frequências que serão utilizadas para as redes 5G de forma dedicada, como Estados Unidos e alguns países da Europa. No Brasil está previsto para 2021 o leilão de novas frequências para uso em redes 5G, em faixas de frequências mais altas, nas faixas de 3,5GHz e 28GHz. Estas frequências, por terem faixas maiores, irão permitir maiores taxas, acima de 1Gbps.
No Brasil, no que se refere à etapa de rádio, a Claro e a TIM estão usando 5G DSS (ou seja, compartilhando o espectro para as tecnologias 4G e 5G). Nesta configuração é possível chegar a cerca de 200 Mbps. A Oi liberou parte do seu espectro 3G para em redes 5G, estando agora esse espectro dedicado para 5G. Nesta configuração é possível chegar a cerca de 500Mbps.